quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cuidados com a memória podem prevenir patologias futuras


Não é pretensioso dizer que a memória é o ponto central da história da humanidade. Uma das principais funções do corpo humano, ela está diretamente ligada ao o processo de aprendizagem e permite o armazenamento de informações, que orientarão todas as ações do indivíduo. Apesar de estar relacionada à sua utilização - quanto mais estimulada, menor será o risco de perdê-la – há um déficit funcional da memória ao longo dos anos. “Estudos comprovam que o funcionamento da memória e sua longevidade estão ligados à diminuição na velocidade do processamento de informações; ao menor uso de estratégias mnemônicas durante a memorização; e as mudanças no estilo de vida”, explica Renata Seabra, Terapeuta Ocupacional do Hospital Belo Horizonte.

Diferente do que se acredita, as alterações de memória não são um privilégio exclusivo dos idosos. A cada dia se tornam mais comuns as queixas de dificuldade de memorização e de esquecimentos frequentes em pessoas com idade inferior a 55 anos. “As perdas cognitivas estão associadas não só ao envelhecimento, como também a fatores como stress, alimentação inadequada, sedentarismo, distúrbios emocionais e psicológicos, e problemas pessoais”, afirma Seabra, que também é mestre em Gerontologia.

Para a especialista, as queixas subjetivas de memória devem vir acompanhadas de uma escuta mais atenta, pois podem sinalizar um processo de envelhecimento normal ou o início de um quadro patológico. “As pessoas, corriqueiramente, tendem a acreditar que a falta de memória é algo passageiro que não exige cuidados médicos. Mas sabemos que um breve esquecimento hoje pode ser o primeiro sinal de uma patologia no futuro.”


Para driblar as perdas de memória alguns exercícios de estimulação devem ser incorporados ao dia a dia. “Os tradicionais passatempos, como caça-palavras e palavras cruzadas, entre outras atividades que exijam concentração e memorização podem contribuir para a compensação dessas perdas”, afirma a Terapeuta Ocupacional, que ministrará, durante os meses de abril e maio, a Oficina da Memória no Hospital Belo Horizonte. “Além de promover exercícios de memorização, a programação da Oficina trabalha o resgate da auto-estima, da motivação e da autoconfiança do indivíduo”, ressalta.

Seabra enfatiza que, como tudo na vida, a prevenção é o melhor remédio. Por isso, é fundamental exercitar a memória frequentemente para manter a saúde em dia. “Pacientes que tratam desde o início essas dificuldades de memorização apresentam melhora da atenção, da concentração e, principalmente, desenvolvem estratégias para lidar com os esquecimentos”, finaliza.

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