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Adriano Santos no Laboratório de Neuroproteção e Neurorregneração Experimental do ICB
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por Paulo Henrique Gadelha / Junho e Julho 2012
foto Bianca d’Aquino
De acordo com o professor Walace Gomes Leal, do Instituto de Ciências
Biológicas (ICB) da Universidade Federal do Pará (UFPA), a Medicina
Popular defende que um dos benefícios do óleo da copaíba é o efeito
anti-inflamatório para doenças da pele e de outros tecidos. A partir
disso, surgiu o questionamento: será que o composto natural poderia ter
algum efeito no sistema nervoso central?
O questionamento motivou o biólogo Adriano Guimarães Santos a
produzir a Dissertação Efeitos anti-inflamatórios e neuroprotetores do
óleo-resina de Copaifera reticulata Ducke após lesão excitotóxica do
córtex motor de ratos adultos, orientada pelo professor Walace Leal. A
pesquisa, defendida no âmbito do Programa de Pós-Graduação em
Neurociências e Biologia Celular do ICB, foi realizada no Laboratório de
Neuroproteção e Neurorregeneração Experimental e financiada pela
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Pará (Fapespa).
"Nenhum outro laboratório havia investigado se o tratamento com o
óleo de copaíba tinha algum efeito anti-inflamatório em um modelo
experimental de uma doença do sistema nervoso central. Então,
consideramos pertinente realizar esse estudo na UFPA", esclarece o
professor.
Neste modelo experimental, fora injetada uma neurotoxina (substância
tóxica que pode lesar o sistema nervoso) no cérebro de ratos. Esse
procedimento causa uma lesão semelhante à provocada pelo Acidente
Vascular Cerebral (AVC), "nós anestesiamos esses animais e introduzimos a
neurotoxina. Então, induziu-se a uma lesão neural aguda e à perda
tecidual devido à substância. Essa ação gerou, ainda, um déficit motor, o
que simula uma doença humana como o AVC", explica o professor.
Resultado será referência para tratamento em humanos
Como parte da metodologia, foram utilizados mais dois grupos de
ratos, tratados de forma diferente. Um grupo recebeu uma solução salina
estéril (soro fisiológico), contendo sódio e água. Esse composto, de
acordo com Walace Leal, era um placebo, substância administrada como
controle do experimento e com efeito inócuo.
"Já o outro grupo foi tratado com óleo de copaíba, diluído em uma
concentração que era considerada adequada", destaca o docente. Após os
experimentos, os pesquisadores constataram que, "no grupo de animais
tratados com copaíba, houve uma diminuição da inflamação no sistema
nervoso central e uma melhor proteção desse sistema contra lesão, ou
seja, neuroproteção. Esses foram os dois principais resultados
encontrados", revela Walace Leal.
A pesquisa contou com a colaboração de dois engenheiros químicos da
UFPA, Raul Carvalho e Lucinewton Silva de Moura, os quais realizaram um
estudo da composição química do composto natural. Osmar Lameira,
agrônomo e pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), também contribuiu fornecendo o óleo da copaíba. Segundo
Walace Leal, utilizar material de uma árvore conhecida é condição
imprescindível para esse tipo de pesquisa.
Segundo o orientador da Dissertação, a simulação feita com ratos e os
resultados encontrados com os experimentos podem, posteriormente,
servir como referência para o tratamento de doenças do sistema nervoso
em humanos. "Evolutivamente, os mecanismos que causam lesão em ratos são
muito parecidos com os de humanos. E para se apreender o que pode
acontecer em doenças de humanos, é necessário, primeiramente, fazer
experimentos em animais. Um rato com AVC, por exemplo, bem como um
humano que sofre com essa doença apresentam problema motor, lesão e
inflamação no cérebro. Nota-se, portanto, que as consequências lesivas
são as mesmas", considera.
Próximo passo é isolar componentes ativos do óleo
Contudo, para aplicar o estudo em seres humanos, é indispensável a
realização de mais pesquisas sobre a aplicabilidade do extrato da
copaíba. Depois dos experimentos em ratos, a investigação seria feita em
primatas. Antes de se chegar aos humanos, é necessário descobrir quais
os princípios ativos responsáveis pelos efeitos anti-inflamatório e
neuroprotetor do óleo de copaíba.
Segundo Walace Leal, atualmente, nenhum anti-inflamatório é usado
para diminuir a lesão de uma doença do sistema nervoso. Então, se o
estudo com a copaíba realmente funcionar em humanos, uma substância
derivada do óleo dessa árvore pode ser utilizada para minimizar a
inflamação.
"Assim, talvez tenhamos descoberto um composto natural, da Amazônia,
que tenha um efeito anti-inflamatório para doenças do sistema nervoso
central. Isso seria uma grande conquista para a sociedade. Até o
momento, quando uma pessoa que sofreu um AVC chega ao hospital, pouco se
pode fazer. Então, esses pacientes poderiam receber um derivado da
copaíba que atenuasse a inflamação e protegesse o cérebro. Seria um
remédio anti-inflamatório com efeito neuroprotetor", defende o
professor.
O próximo passo da pesquisa será, justamente, a busca pelo isolamento
do princípio (ou princípios) ativo(-s) do óleo da copaíba. Com essa
possível delimitação, o tratamento será feito com os componentes ativos
já isolados. O procedimento vai se dar, primeiramente, com ratos e,
depois, com primatas. Com a descoberta desses princípios ativos, "seria
possível apontar, precisamente, quais substâncias do óleo de copaíba
promovem o efeito anti-inflamatório e a neuroproteção, as quais,
futuramente, poderão ser utilizadas como medicamento para o tratamento
de seres humanos", finaliza Walace Leal.
Fonte:
Jornal da Universidade Federal do Pará
Nota do Blog: Há bastante tempo divulgo os benefícios do óleo de Copaíba. Vejam esse link:
http://saudecompleta.blogspot.com.br/2009/02/oleo-de-copaiba-oleo-milagroso-da.html
Vejam também:
Um comentário:
Olá.
Postagem publicada no Portal de blogs Teia.
Até mais
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