- POR JOSÉ LUIZ VIANA DE CARVALHO
Uma novidade que busca diminuir a chamada "fome oculta", a carência de vitaminas e minerais, está chegando ao campo no Brasil. São os primeiros frutos da grande aliança da biofortificação de alimentos. Depois de seis anos de pesquisas, os primeiros produtos do melhoramento genético tradicional estão surgindo e começam a ser distribuídos aos pequenos agricultores. Estamos falando dos lançamentos de variedades de feijão e feijão caupi com maiores teores de ferro e zinco, e da batata-doce de polpa alaranjada e da mandioca amarela com maiores conteúdos de betacaroteno. Nutrientes essenciais para combater a anemia e a baixa resistência do organismo e para promover a saúde dos olhos. Outros alimentos biofortificados virão como o arroz, o milho, o trigo e a abóbora.
A biofortificação é uma nova forma de fazer melhoramento genético, levando em consideração, além das características agronômicas, a busca por altos teores de micronutrientes nos alimentos básicos que serão consumidos nas refeições do dia-a-dia. Esta estratégia é consistente no Brasil pois espera-se fornecer à população alvo (comunidades carentes e que registram alto índice de carência nutricional) alimentos mais nutritivos e capazes de fornecer parte da recomendação diária de vitaminas e minerais.
A biofortificação apresenta três vantagens chaves: 1) é sustentável por prover alimentos básicos com melhor qualidade nutricional para populações carentes, aliviando o estado de má nutrição das mesmas; 2) seus produtos poderão ser significativamente efetivos na redução da deficiência de micronutrientes em áreas rurais onde grande parte da população carente vive esperando-se ainda atingir os grandes bolsões de pobreza das áreas urbanas; 3) o baixo custo se comparado aos tradicionais programas de suplementação e fortificação de alimentos utilizados no mundo. O custo de produção agrícola de cultivos biofortificados é o mesmo que o de cultivos tradicionais.
No Brasil, a biofortificação de alimentos é liderada pela Embrapa Agroindústria de Alimentos (Rio de Janeiro-RJ) e conta com a participação de mais 10 Unidades da Embrapa que são responsáveis pelo desenvolvimento dos oito cultivos em que o projeto está atuando: arroz, abóbora, feijão, feijão-caupi, milho, mandioca, batata-doce e trigo.
Também participam dessa rede as universidades federais, estaduais e privadas, o Centro de Tecnologia de Embalagem e Acondicionamento (CETEA-ITAL) e as secretarias estaduais e municipais de Sergipe e Maranhão. A rede recebe apoio dos programas HarvestPlus e AgroSalud.
¹José Luiz Viana de Carvalho (jlvc@ctaa.embrapa.br), pesquisador daEmbrapa Agroindústria de Alimentos
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