Na
semana em que os olhos do mundo se voltam para o Diabetes, membros da
Abeso (Associação Brasileira de Estudo para a Obesidade e Síndrome
Metabólica) revelam que procedimentos cirúrgicos para o controle da
doença em pacientes com elevado grau de obesidade pode também apresentar
bons resultados em indivíduos de IMC inferior a 35. Esse tipo de
terapia recebeu consenso favorável de médicos brasileiros no III
Congresso Panamericano para Tratamento do Diabetes Melittus Tipo 2,
realizado em Gramado (RS) – em total afinidade com as resoluções da
International Diabetes Federation (IDF).
Segundo o endocrinologista e membro da Abeso, Alfredo Halpern, há três
técnicas disponíveis no Brasil para tal finalidade, afora uma quarta
ainda em fase avançada para aprovação (a interposição ileal). Em alguns
casos, a medida pode ainda ser aplicável a pacientes com IMC menor que
30. De acordo com o médico os procedimentos mais empregados no controle
do diabetes são bypass gástrico, gastrectomia vertical e cirurgia de
derivação biliodigestiva.
Dr. Halpern explica que três técnicas (Bypass, derivação biliodigestivo e
interposição ileal) baseiam-se na estimulação do hormônio GLP1,
responsável pela produção da insulina. O hormônio é gerado no íleo
(parte final do intestino delgado) quando este entra em contato com os
alimentos. As cirurgias aceleram esse contato, seja pela interposição de
parte do íleo para o início do intestino delgado, seja pela passagem do
alimento pelo tubo digestivo de maneira mais rápida.
O médico acrescenta que outra terapia, ainda em fase de teste, sem
cirurgia, utiliza-se de uma manga (uma espécie de tubo flexível de 60
cm) endoscópica para o controle do diabetes. Por não carecer de
cirurgia, esse método apresenta-se muito promissor.
A vice-presidente da Abeso, Dra. Leila Batista Araújo ressalta que “não
existe garantia de que a cirurgia vá reverter o diabetes. Deve-se
discutir cada caso antes de indicar cirurgia nesta situação – lembrando
que aqueles diabéticos obesos de menor duração, que produzem mais
insulina, sem outras doenças associadas tem melhor resposta”. |
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