Não
é pretensioso dizer que a memória é o ponto central da história da
humanidade. Uma das principais funções do corpo humano, ela está
diretamente ligada ao o processo de aprendizagem e permite o
armazenamento de informações, que orientarão todas as ações do
indivíduo. Apesar de estar relacionada à sua utilização - quanto mais
estimulada, menor será o risco de perdê-la – há um déficit funcional da
memória ao longo dos anos. “Estudos comprovam que o funcionamento da
memória e sua longevidade estão ligados à diminuição na velocidade do
processamento de informações; ao menor uso de estratégias mnemônicas
durante a memorização; e as mudanças no estilo de vida”, explica Renata
Seabra, Terapeuta Ocupacional do Hospital Belo Horizonte.
Diferente do que se acredita, as alterações de memória não são um
privilégio exclusivo dos idosos. A cada dia se tornam mais comuns as
queixas de dificuldade de memorização e de esquecimentos frequentes em
pessoas com idade inferior a 55 anos. “As perdas cognitivas estão
associadas não só ao envelhecimento, como também a fatores como stress,
alimentação inadequada, sedentarismo, distúrbios emocionais e
psicológicos, e problemas pessoais”, afirma Seabra, que também é mestre
em Gerontologia.
Para a especialista, as queixas subjetivas de memória devem vir
acompanhadas de uma escuta mais atenta, pois podem sinalizar um processo
de envelhecimento normal ou o início de um quadro patológico. “As
pessoas, corriqueiramente, tendem a acreditar que a falta de memória é
algo passageiro que não exige cuidados médicos. Mas sabemos que um breve
esquecimento hoje pode ser o primeiro sinal de uma patologia no
futuro.”
Para driblar as perdas de memória alguns exercícios de estimulação devem
ser incorporados ao dia a dia. “Os tradicionais passatempos, como
caça-palavras e palavras cruzadas, entre outras atividades que exijam
concentração e memorização podem contribuir para a compensação dessas
perdas”, afirma a Terapeuta Ocupacional, que ministrará, durante os
meses de abril e maio, a Oficina da Memória no Hospital Belo Horizonte.
“Além de promover exercícios de memorização, a programação da Oficina
trabalha o resgate da auto-estima, da motivação e da autoconfiança do
indivíduo”, ressalta.
Seabra enfatiza que, como tudo na vida, a prevenção é o melhor remédio.
Por isso, é fundamental exercitar a memória frequentemente para manter a
saúde em dia. “Pacientes que tratam desde o início essas dificuldades
de memorização apresentam melhora da atenção, da concentração e,
principalmente, desenvolvem estratégias para lidar com os
esquecimentos”, finaliza. |
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