Marca-passo
é implantado no cérebro e possibilita ao paciente retomar o controle de
seus movimentos. Amanhã (11/04) é celebrado o Dia Mundial de Combate ao
Mal de Parkinson
Não há cura para o Mal de Parkinson. Os tratamentos existentes buscam
frear o avanço dos tremores e da rigidez muscular, principais sintomas
da doença. Existem medicações eficientes, mas que requerem cautela por
serem tóxicas ao organismo.
Uma alternativa para pacientes com sintomas em estágios moderadamente
avançados (geralmente cinco a dez anos após o diagnóstico) é o implante
do marca-passo cerebral. O equipamento é muito semelhante ao marca-passo
cardíaco: é pequeno e funciona com impulsos elétricos localizados. Ele
age sobre áreas do cérebro afetadas pela doença, assim regredindo em
mais de cinco anos o avanço dos sintomas.
"Isso dá mais qualidade de vida ao paciente. Ele resgata a própria
autonomia para realizar tarefas cotidianas e, assim, adia o aparecimento
de outros sintomas secundários da doença de Parkinson, como a
depressão", afirma a neurocirurgiã Dra. Alessandra Gorgulho, chefe da
Divisão Clínico-Científica do HCor Neurociências.
Para ser submetido a cirurgia, o paciente deve estar com boa saúde. O
perfil mais indicado é de quem já passou pelo chamado honeymoon period,
fase na qual os sintomas não chegam a representar grandes limitações. A
cirurgia pode ser realizada no HCor, onde há uma equipe especializada no
tratamento cirúrgico de pacientes com distúrbios de movimento.
Como a cirurgia funciona
Para implantar o marca-passo, o paciente é submetido a uma cirurgia.
Eletrodos são colocados no cérebro e ligados ao marca-passo, que fica
sob a pele na altura da clavícula. Eles são ligados por um fio, chamado
de extensão, também sob a pele.
Esse conjunto irá realizar a chamada estimulação elétrica profunda
cerebral, que irá interferir nos sinais que causam os sintomas motores
do Mal de Parkinson. Com a melhora dos sintomas, o paciente pode
diminuir ou até largar as medicações e, assim, ficar livre dos efeitos
colaterais, que chegam a incluir delírio e alucinações.
"Estudos recentes mostram que a cirurgia realizada precocemente, ainda
durante as fases iniciais da Doença de Parkinson, resulta em melhor
qualidade de vida durante a evolução do problema", diz o neurocirurgião
Dr. Antonio De Salles, Chefe do HCor Neurociência.
No Brasil e no mundo
O Mal de Parkinson atinge cerca de 1% da população mundial, segundo a
OMS (Organização Mundial da Saúde), sendo que os pacientes geralmente
tem idade igual ou superior a 50 anos. Conforme a idade avança, a
prevalência da doença também se torna mais alta. Há estudos que apontar
até 4% em populações acima dos 65 anos.
A doença está relacionada com queda na produção do neurotransmissor
dopamina. Sem ela, a comunicação do cérebro fica comprometida e isso
leva à perda de funções motoras e não-motoras.
No Brasil, o ator Paulo José, protagonista de novelas e filmes, assumiu
ser portador e deu visibilidade à luta contra o Mal de Parkinson. A
doença também ganhou manchetes internacionais quando o ator Michael J.
Fox revelou estar com o problema; ele foi protagonista da trilogia "De
volta para o futuro" e de outras produções de Hollywood. |
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