HPV: PREVENÇÃO É UM ATO DE CIDADANIA
Por Wilma Motta
Em termos quantitativos, o papilomavírus humano (HPV) é uma doença muito comum, atingindo cerca de 20% dos adultos sexualmente ativos. É o vírus sexualmente transmissível que infecta mais pessoas no mundo. Mas são as mulheres (apesar do vírus viver tanto na pele quanto na vulva, vagina, colo de útero e pênis) que devem ser o alvo principal de políticas públicas na área da saúde.
No Brasil, cerca de 3% das portadoras do HPV podem desenvolver o câncer de colo uterino. Mesmo sendo um grupo restrito, é merecedor de nossa atenção, principalmente pelo fato de que o diagnóstico pode ser feito pelo exame de Papanicolau ou Colposcopia. Infelizmente, há muitas mulheres em nosso país que nunca fizeram o Papanicolau ou outro exame preventivo, o que permitiria o diagnóstico precoce desta e outras doenças, possibilitando um tratamento mais adequado e eficiente.
Por isso, acreditamos que o debate em torno do problema do HPV ainda não é adequado à sua real dimensão. O primeiro passo para reverter tal situação é iniciarmos uma comunicação mais ampla e eficiente, esclarecendo as mulheres da necessidade de realizar o Papanicolau e outros exames preventivos, além de informá-las sobre as principais formas de contágio e como evitá-lo. As bem sucedidas campanhas de prevenção à AIDS nos mostram a importância da conscientização e mobilização da população em questões de saúde pública.
Evidentemente, a rede pública precisa estar preparada para realizar os testes e para ampliar o número de atendimentos, bem como melhorar de modo geral o sistema. Mas não podemos continuar a tratar esse mal como um problema menor. Conscientizar a população sobre a necessidade de exames e convidá-la para participar dos debates sobre saúde pública é um ato de cidadania e um dever das esferas políticas.
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